quinta-feira, 22 de julho de 2010

exemplo

Revi uma colega de infância que morava no prédio da minha avó esse mês, no começo nem reconheci, nunca tinha visto tão gorda, um pouco de conversa no elevador e descubro que ela é a G. e está fazendo nutrição. Nutrição! Com todo aquele peso! Ainda bem que ela queria trabalhar fazendo cardápio de fábricas, escolas; consultório não ia dar mesmo. Além do mais, fumante.
Depois de refletir um pouco percebi que também não sou grande exemplo. Não consigo correr cinco minutos a 8 km por hora, nem tirar de cima da geladeira um galão de 10 litros de água. Quem vai para uma cardiologista, pediatra, ginecologista ou o que for que não consegue carregar um bebê no colo? Isso precisa mudar.
Estava procurando alguma atividade para mexer o corpo, fortalecer, corrigir a postura etc... Falta de tempo não é desculpa. Pensei em voltar pra capoeira (a ginga deixa um suuper bumbum), resistência, flexibilidade, rítmo, perfeito. Mas não acho um lugar aqui perto que tenha. Milhões de academias, todas com jiu jitsu, karatê, kunf fu, talvez no japão eu consiga ter aula de capoeira.
Pilates também não faltava. Fui fazer uma aula experimental. Prefiro fazer sessão de fisioterapia. Achei muito chato, principalmente as partes nas máquinas. Melhor fazer academia mesmo.
Bom, vou esperar as aulas começarem pra ver se dá pra jogar alguma coisa na UFMT. Enquanto isso, chuto bola com o Samuel e imagino minha rotina daqui a duas semanas: acordar às 5h da manhã correr meia hora,abdominais, subir de escada, tomar banho, tomar café, ir pra aula. Até parece que vou fazer.
O que estou falando... Morro de medo de levar boladas, na esteira me sinto um hamster correndo sem sair da gaiola. Gosto de dançar (mesmo fora do rítmo), é tão seguro, tão legal, interagir com gente, ouvir música. Dança oriental mudou um pouco minha vida. Receita da piscóloga para deixar a menina e enxergar-me mulher. Funcionou. Sem falar no monte de músicas e aspectos culturais que descobri. É uma forma de celebrar a fertilidade, o corpo e a delicadeza da mulher, em alguns lugares se dançava em torno de quem estava dando a luz.
Vou resolver isso e depois conto pra vocês :)

terça-feira, 20 de julho de 2010

Apresentação

Depois de tanto tempo com o blog aberto resolvi postar alguma coisa. Já escrevi dois diários na minha vida, um com 10 anos e outro com 16. Hoje não tenho coragem de lê-los, tantas preocupações inúteis, tanta coisa besta que a gente pensa e escreve, nem me reconheço neles. Mas de todo jeito, escrever me ajudou e continua me ajudando a organizar as milhões de idéias que não pasam de sinapses, química, energia, diferença de potencial elétrico, ocorrendo no meu cérebro. Meu namorado sabe o quanto prefiro discutir por e-mail... Já mandéi algumas cartas pra Deus também, sim Ele respondeu. Do jeito Dele claro.
Daqui a duas semanas começa a minha super faculdade! Muuito animada :) Esse é um momento bem importante, estou cheia de energia, com todo o gás pra começar, esperança encanto. Aquela vontade de concertar o mundo. Quero me lembrar disso daqui a seis anos quando tiver novas escolhas na vida.
Até o terceiro ano eu estava dentro de um barco em que me colocaram, e simplesmente navegava da melhor forma possível, sem ter em mente aonde chegar. Estudava não pra ter um boletim azul e passar de ano, estudava porque o conhecimento fascina, porque cada aula era uma aventura, uma forma de saciar as dúvidas da infância. Sabe aquela história " nenhum vento é favorável pra caravela que não sabe aonde vai". Sempre discordei, pra mim todo vento é favorável pra quem quer curtir a viagem.
Chegou o momento em que o navio onde estava parou, e disse a cada um de seus tripulantes: se virem. Não fazia a menor idéia de pra onde ir. Foi aí que tive que pensar num objetivo pra minha vida, já que teria que montar uma canoa e remar sozinha. E aí eu pensei: Quero elaborar projetos que modifiquem, facilitem a vida das pessoas.
O emprego que mais queria quando era criança, era o da minha tia Lú, ela viajava pelo mundo, conhecia pessoas, ganhava presentes, dava entrevistas. O mais legal era vê-la aplicar todo o conhecimento, todo o dinheiro que conseguia em melhorias na vida do povo de Olinda. Depois sair pela cidade mostrando os muros de arrimo que impediram mortes na época de chuva, os aterros sanitários, os piscinões para escoar a água, a revitalização do patrimônio histórico, a organização do carnaval... Queria ser prefeita, mais do que qualquer outro cargo Queria ter contato com a população, interferir diretamente, ver gente na rua me agradecendo por ter calçado a rua (e me xingando se a rua estiver esburacada).
Objetivo geral definido (o objetivo geral e fazer projetos, não me tonar política) restava saber de que forma chegar a ele. São muitas formas, podia ser geógrafa, advogada, engenheira, admnistradora. Entrei na UnB, Geografia, seis meses do curso me fizeram ver que ainda quero aprender muito mais sobre a filosofia e o funcionamento da natureza e que eles me interessam muito mais do que as transações humanas. Minhas aulas favoritas eram climatologia e introdução à geologia, pedrinhas e atmosfera são mais interessante do que as correntes geográficas do séc XX.
Fiz Enem, apesar de ter sido tão criticado e bagunçado nesse primeiro ano, o exame foi um presente do céu para todos aqueles que como eu estavam meio confusos. Às vezes a gente tem medo de arriscar no que realmente gosta por medo de não passar e ficar mais um ano no cursinho, outras vezes a gente tem dúvida e a nota que não deu pra economia dava pra administração e depois de mais um ano você descobre que era administração mesmo...
Minha primeira opção foi medicina. Não deu. comecei engenharia sanitária e ambiental. Não teria sido uma profissional frustrada nesse campo. De jeito nenhum, o curso tem bastante física, matemática, laboratórios, biologia. E talvez seja até mais gratificante sanear uma cidade do que ficar num posto de saude tratando de doenças horrorosas decorrentes da falta de saneamento.
Já tava me animando com a ideia de mexer com bosta, trabalhar num lixão, quando fui convocada na terceira chamada pra medicina. Não vou negar que foi o dia mais feliz da minha vida. Um frio na barriga, parecia estar no ar, o mundo ficou rosa. Eu, euzinha, médica!! Ninguém da minha família usa jaleco, um médico faz falta! Principalmente nos natais e aniversários quando tem gente se engasgando com espinho de peixe, osso de galinha, criança tomando choque com as luzinhas da árvore de natal...
Continua outro dia ;)